Big City Dreams. Capítulo 29

    - Obrigada. – coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da orelha para não demonstrar o quão fofo achei aquilo.
    - Mas sabe o que é engraçado? – ele fez uma pausa conquistando minha total atenção – Por mais que essa maquiagem, esse vestido, e o jeito que arruma e balança os seus cabelos a faça linda, eu ainda acharia a mesma coisa se não estivesse com nenhum deles ao seu favor essa noite. – ele tinha a feição séria, ou seja, não era apenas um elogio, era uma declaração sincera – E...eu vejo que você é tão linda por dentro quanto por fora. Por mais que você tenha seus defeitos, como todo mundo tem...você pra mim é um dos seres humanos mais lindos da face da terra. – ele sorriu levemente ao notar minha expressão.
    Meu olhar estava longe, por mais que eu focasse nele. Minha boca semi aberta preparada para pronunciar o quão lindo aquilo foi, mas não emitindo nenhum som. Minhas mãos sobre a mesa, dedos se movendo tensamente a procura de uma maneira de explicar que aquelas palavras realmente me deixaram comovida.
    - Não precisa dizer nada. – ele disse – Apenas dê aquele sorriso que eu adoro. – ele abriu um sorriso lindo e fez com que eu abrisse um sorriso involuntário, mas sincero – Te amo, princesa. – ele piscou.

(Bloo narrando)
    Niall e eu passamos numa sorveteria e ele fez questão de comprar para cada um de nós o maior copinho que eles tinham, que lhe dava direito a cinco sabores de sorvete. Escolhemos os sabores, enchemos o sorvete de cauda, gotinhas de chocolate, castanhas, chantili, entre outras opções. Após tomarmos nossos sorvetes e passearmos pelo parque, Niall me pôs dentro de seu carro e perguntou:
    - Quer fazer algo louco hoje? – ele perguntou ligando o carro.
    - Tipo o que? – perguntei assustada com que loucura ele se referia.
    - Quer ou não? – eu fiquei o olhando com incerteza por um momento – Confia em mim, não é?
    - Confio. Confio, sim. Beleza. Eu quero! – disse decidida.
    Niall dirigiu seu carro pelas estradas de Hollywood por algum tempo. Juro que o passeio nos durou mais ou menos uma hora. Por um momento fiquei assustada, pois o carro nos levou para fora da cidade. Nenhum prédio, nenhuma pessoa por perto, nem mesmo carros nos acompanhavam. Até que Niall parou seu carro na frente de uma árvore.
    - Ni-ni...Niall. Onde estamos? – perguntei assustada.
    - Vem. Você vai adorar. – ele disse sorrindo enquanto saía do carro.
    Saí do carro e olhei ao redor. Tudo escuro em meio a árvores secas e arbustos, menos umas árvores que pareciam mais iluminadas. Um forte vento soprou e fez com que eu me arrepiasse e abraçasse a mim mesma.
    - Vem, princesa. – Niall passou seu braço ao meu redor e me encaminhou para as árvores mais iluminadas.
    Ele estava tão tranquilo e animado. Por que diabos eu deveria ficar assustada e com medo? Decidi relaxar um pouquinho. Poucas árvores empatavam nosso caminho até a surpresa de Niall. Ali havia uma grade, não muito alta, e atrás dela a resposta para a iluminação. Estávamos atrás do letreiro de Hollywood.
    - Niall do céu. – disse baixo fazendo ele rir.
    Era tão emocionante estar ali. Talvez pelas letras enormes que estavam a minha frente ou pela visão da cidade que estava em baixo do ponto turístico.
    - Vem. – Niall me soltou e começou a escalar a grade prateada.
    - Niall, seu louco. Volta aqui. – pedi a ele, que me ignorou e foi parar do outro lado da grade.
    - Vem. – ele pediu sorrindo – Você tem que ver mais de perto. Pode vir!
    - Niall, isso não devia ser feito. Não devíamos ultrapassar essa grade.
    - Eu sei. Foi por isso que lhe chamei pra fazer uma loucura. Não me deixa aqui sozinho não. Vem princesa. É legal!
    - Se nos metermos em confusão... – joguei minha bolsa por cima da grade para Niall pegar.
    - Fica tranquila. Eu manjo das paradas. – ele brincou.
    Sentia que não devia realmente estar fazendo aquilo enquanto escalava aquela grade. Podíamos nos meter em algum problema e não estou nem um pouco afim de ir até uma delegacia hoje. Niall me ajudou a terminar de descer a grade, segurando minha cintura e me pousando levemente no chão. Ele me deu minha bolsa e puxou minha mão para mais perto das letras gigantes a nossa frente. Não paramos até ficar na frente do grande “O”.
    - Niall. Não é perigoso? – perguntei tremendo por causa do vento que passava ali.
    - Fica calma. – ele abriu seu casaco, me puxou para dentro e me abraçou, me embalando com a camada quentinha que seu casaco fornecia – Eu já vim aqui várias vezes.
    - Aqui você diz depois da grade? – perguntei me virando um segundo para olhá-lo.
    - Sim. Sempre que estou tenso, nervoso, com raiva ou triste, eu venho aqui. Todo mundo tem seu refúgio quando está assim. Esse é o meu. – ele fez com que eu fizesse uma pausa antes de fazer a próxima pergunta. Imaginar o Niall triste, com raiva ou até mesmo nervoso, nunca se passou pela minha cabeça.
    - E você nunca foi pego?
    - Já. – meus olhos se arregalaram quando olhei pra ele, que riu – Mas foi tranquilo. Um dia eu estava muito chateado e aí vim pra cá. Um policial chegou. Ele na verdade não chega a ser um policial, era um guarda do lugar. O nome dele é Fred. Ele veio até mim dizer que eu não podia fazer aquilo e tudo mais e depois contei pra ele todo o motivo de eu estar lá e ele ficou meio comovido e deixou eu ficar ali, mas me passou várias condições para que eu ficasse ou voltasse ali. – ele fez uma pausa sorrindo para a vista lá em baixo antes de continuar – Ele me vigiava pra ver se eu estava cumprindo com as condições que ele me passou, até que começou a confiar em mim. Agora, quando ele vê meu carro estacionado na frente daquela árvore ele nem vem aqui. Ele me deixa sozinho.
    - Não consigo imaginar você triste ou bravo.
    Continua...