quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Criminal. Capítulo 7.


    Suas mãos dessa vez foram para minha cintura. Eu retribui o beijo, que infelizmente não durou muito. Eu me afastei, dei um meio sorriso e disse:
    - Tchau. – eu passei por ele e comecei a andar.
    Sua expressão era surpresa e pude ouvir ele dizer:
    - Eu te ligo.
    Eu não acredito que eu tinha feito aquilo. Aquilo não era natural de mim. Mas eu precisava daquele beijo. O melhor beijo do mundo.

    (Justin narrando)
    Meu Deus. Isso realmente me surpreendeu, pois ela não parece ser o tipo de garota que toma uma atitude dessas por ser tímida. Mas eu gostei. Eu fiquei parado vendo ela ir embora e pensando “Como ela é gata”, “Eu preciso dela” e “Eu quero ela pra mim”. Eu acordei depois de um tempo e saí dali. Fui até minha casa. Por mais que hoje tivesse “reunião” do grupo de trogloditas, eu não ia conseguir ficar lá. Eu ia ficar pensando na Penny.
    Quando cheguei em casa já cheguei escutando.
    - Onde você esteve? Você sumiu no almoço e nem ligou. – minha mãe começou a reclamar.
    - Eu tava com ela mãe. – disse sorrindo e abraçando ela – Mãe, eu to apaixonado.
    - Ah...só espero que não seja mais daquelas garotinhas...
    - Não. Ela é linda. Acho que você ia gostar dela. – disse a soltando e ainda sorrindo que nem um idiota.
    - To sabendo. E quando eu vou conhecer a menina?
    - Vai com calma. Hoje tivemos nosso segundo encontro.
    - Mas...me conta... – ela se aproximou um pouco como se perguntasse por um segredo – Vocês já se beijaram?
    - Mãe! – reclamei.
    - Fala logo. – ela pediu curiosa.
    - Já sim. – disse com outro sorrisinho idiota no rosto.
    - Quantas vezes? – curiosidade mata moça.
    - Três.
    - Três? Mas já?
    - Dei o primeiro ontem no nosso primeiro encontro, dei um hoje depois do segundo e antes de ir embora ela mesmo me beijou.
    - Então...vocês tão namorando?
    - Não, só ficando.
    - Por que não namoram logo?
    - Sei lá. Não acontece assim.
    - Deixa eu adivinhar. Você vai só pegar a garota e partir pra próxima?
    - Não, de jeito nenhum. Eu gosto dela e quero namorar ela.
    - Hm...mas não demora muito não, se não perde a vez.
    - Não vou perder a vez. Sinto que talvez ela goste de mim também.
    - Tá, então. Já almoço né?!
    - Já sim.
    - Então tá. Eu vou ter que sair agora. Vou passar o dia no shopping e não quero saber de você fora o dia inteiro.
    - Tá, mãe. Essa parte eu já sei.

    Eu estava no canto da quadra de basquete jogando bola com Ryan enquanto os outros meninos ficavam ou se batendo ou planejando uma vitima.
    - Eu almocei com ela hoje cara. – disse passando a bola.
    - E aí? Ela tá na sua? – Ryan perguntou.
    - Creio que sim.
    - Quem diria que uma garota ia gostar de você um dia.
    - Que isso?! As mina pira no charme.
    Ryan começou a gargalhar antes de arremessar a bola para a cesta.
    - Mas diz aí...vai deixar a garota sofrendo ou vai pra cima logo? – ele disse passando a bola.
    - Eu acho que não conseguiria esperar pra ficar com ela. – arremessei a bola pra cesta.
    - Mas o que essa garota tem?
    - Cara...sei lá. Ela é tão inocente e ingênua e doce e...é como se ela fosse um filhotinho, frágil, precisa de cuidado e carinho. É isso que eu quero dá pra ela. Mas primeiro eu tenho que ter certeza de que ela gosta de mim também.
    - Ué, você não disse que as mina pirava no charme? – Ryan caçoou.
    - E elas pira mesmo. – joguei a bola nele.
    - Ah, viado. – Ryan reclamou.
    - Vamos parar um pouco? – pedi rindo – Preciso de água.
    Nós saímos de lá e fomos ao parque que era próximo. O cara que vendia pipoca também vendia água. Mas água não era a única coisa da qual eu precisava.

    (Penny narrando)
    Eu estava ouvindo músicas no computador. Músicas românticas. Imagino que no meu rosto deva ter o sorrisinho mais bobo do mundo. Meu celular começou a tocar.
    - Alô. – atendi.
    - O Justin disse que as mina pirava no charme dele. É verdade? – um garoto perguntou enquanto eu escutava uma voz ao fundo gritando “Devolve meu celular, otário”.
    - Quem tá falando? – perguntei tentando não responder a pergunta dele que tinha uma resposta óbvia.
    - ALÔ. ALÔ. Penny, desculpa. O idiota do Ryan pegou meu telefone e ligou pra você.
    - Justin?!
    Continua...

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Criminal. Capítulo 6.


    Ali perto havia um restaurante italiano. Sim, macarrão. Me lembro do meu primeiro encontro aqui. Não acabou muito bem, mas espero que dessa vez dê tudo certo. Ela pediu o mesmo que eu, espaguete a bolonhesa. Ela também parecia mais segura. Ela ria, conversava, ou seja, sua timidez sumiu.
    - E então...você vai pro parque todas as manhãs? – perguntei tentando entrar em outro assunto.
    - É...menos quando estou com preguiça.
    - Vai lá só pra...ler?
    - É. O que mais eu faria no parque?
    - Sei lá, talvez...procurar um garoto meio...loiro... – ela começou a rir – Só to pensando. – disse antes de dar um risinho.
    - Por que eu iria procurar por um garoto loiro no parque?
    - Porque talvez gostasse dele...talvez. – supus com uma expressão um tanto irônica.
    - É...tem uns garotos loiros no parque bem gatinhos.
    - Wow, vamos com calma. Não pode ir pro parque pra ir olhar os garotos. Só pra procurar um. – fiz ela rir novamente.
    - Por que só posso procurar um?
    - Porque ele é o único que serve.
    - Como ele é?
    - Ele é...bem...tem o nariz igual ao meu, olhos iguais aos meus, boca que nem a minha, cabelo também igualzinho...mesmo tamanho...
    - Você não tem jeito mesmo. – ela disse rindo mais – Onde está querendo chegar com isso?
    - Só...sou curioso. – disse tentando desviar da verdadeira resposta.
    - E você está curioso para saber o que? – ela queria me matar.
    Eu peguei uma grande garfada de macarrão e comi.
    - Pode enfiar o tanto de comida que quiser na boca, eu vou continuar perguntando.
    - Cara, isso tá uma delicia. Sabia que é o meu prato preferido? Minha vó também faz um macarrão ótimo. Sempre que aviso que vou pra casa dela ela faz pra mim.
    - Que legal. E consegue enrolar sua avó do jeito que está tentando me enrolar?
    - Não to enrolando ninguém. Mas enfim, já te disse que eu adoro música. Sei tocar quatro instrumentos.
    - Verdade?
    - Sim. E de vez enquando eu gosto de compor um pouquinho.
    - De que tipo de música mais gosta?
    - Hip hop, pop...um pouquinho de...
    - Sabe qual minha música preferida?
    - Não, qual?
    - Ela é bem legal. O nome dela é “Você não vai conseguir me enrolar”.
    - Para. – disse sem-graça abaixando a cabeça.
    - Me diz logo Justin. Por que fez aquelas perguntas?
    - Eu só...eu só queria saber... – baixei a cabeça e senti meus lábios se curvarem pra cima – Só queria saber o que achava de mim. – dei um meio sorriso diretamente pra ela.

    (Penny narrando)
    Ele deu um daqueles sorrisinho do qual da vontade de gritar. Um sorrisinho meio malicioso, mas muito lindo.
    - Como...como assim o que eu acho de você? – perguntei mexendo no macarrão.
    - Se...sei lá... Vamos esquecer esse assunto.
    - Ér... Então, sobre a música... – resolvi ajudá-lo a mudar de assunto.
    Ele deu um leve sorrisinho e voltou a conversar comigo sobre o outro assunto, mas não esqueci sobre o assunto anterior. Ele queria saber o que eu achava dele. Eu não sou de mentir, então eu teria que falar que acho ele lindo, fofo, gatinho, carinhoso e que talvez eu tenha uma queda por ele. Na verdade não é uma queda...é um abismo. E ele não é só aquilo. Ele tem algo mais. Como se de vez enquando eu sentisse como se ele fosse proibido. Como se ele tivesse um aviso de “Perigo” na testa. Não sei se é por causa do jeito dele ou por causa de seu sorriso. Aquele meio sorriso malicioso e perigoso.
    A gente termino o almoço de modo mais tranquilo. Ele pagou e eu novamente reclamei que aquilo era injusto. No final ele disse “Você tá sem carteira e já comeu, então para de reclamar porque você não vai pagar de qualquer jeito” e depois riu da minha cara de taxo pra ele.
    Depois do almoço imaginei que iríamos nos despedir, mas ele não parecia querer isso. Nós começamos a andar pela calçada da rua em silêncio e um do lado do outro. Até que ele quebrou o silêncio perguntando:
    - Esse foi nosso segundo encontro?
    - É...acho que foi. – disse.
    - E esse segundo encontro já acabou?
    - É...também acho que sim.
    - Então, você vai me desculpar, mas vou ter que seguir a regra do encontro bem sucedido.
    - Que regra é essa?
    - Depois de um encontro ter corrido bem e ter sido divertido...eu tenho que seguir minha regra.
    - Novamente, que regra?
    Ele parou de andar e ficou de frente pra mim. O sorriso malicioso e perigoso apareceu para me dar arrepios.
    - Se...eu gostei do encontro – ele foi dizendo baixinho enquanto se aproximava – E se eu gostei da garota... – ele passou a mão no meu rosto – Eu faço isso. – ele fechou os olhos e me beijou.
     Ah, senhor, como aquilo é bom. Seu beijo era tão calmo, intenso e carinhoso. O melhor beijo que já provei e o do qual eu sonhei essa noite. O beijo estava sendo demorada, mas não tem do que reclamar. Eu senti os lábios dele ficarem mais lentos, até ele me dar um selinho demorado e se afastar. Eu fiquei o olhando mais sem saber ao certo como minha expressão estava.
    - Eu...eu vou indo. – ele disse se afastando mais.
    - Espera. – disse tentando me segurar, mas sem sucesso.
    - Que foi? – ele perguntou curioso.
    Matei sua curiosidade indo até ele, puxando seu rosto e o beijando mais uma vez.
    Continua...

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Criminal. Capítulo 5.

    (Penny narrando)
    Nessa manhã acordei feliz. Eu não consegui parar de lembrar daquele beijo desde que saí daquele carro. Eu levantei cedo novamente, tomei um banho, passei na cafeteria para pegar um café e fui ler meu livro no parque novamente. Na verdade eu apenas passava as páginas do livro e olhava em volta. Sim, eu estava a procura de um certo loirinho de olhos cor de mel e com sorriso perigoso – não sei porque – e lindo.
    Chego um certo momento onde o café acabou, o livro não possuía meu interesse e eu não queria mais ficar ali esperando por ele como uma idiota. Me levantei e fui em direção da faixa de pedestre, até que no meio do caminho ouvi:
    - Já vai? – era ele. Só podia ser.
    Eu parei de andar e me virei para ter certeza de que eu havia escutado a voz certa. Era ele. Era ele acompanhado de um sorriso lindo e charme irresistível. Eu dei um meio sorriso e pude sentir minhas bochechas esquentarem. Droga. Eu estava corando de novo.
    - E então? – ele disse se aproximando – Você gosto do encontro de ontem, porque...podíamos repetir hoje. Eu... – ele fez uma pausa inquietante – Eu gostei bastante.
    - Quer um segundo encontro? – perguntei ainda um pouco envergonhada.
    - Só se... – ele se aproximou bastante e passou a mão no meu rosto, exatamente em minhas bochechas que agora deviam estar super coradas – Você quiser.
    - Eu...eu quero. – disse decidida, mas ainda envergonhada.
    - Quer andar um pouco? – ele perguntou se afastando acho que tentando me deixar mais a vontade.
    - Vamos. – disse mais a vontade.
    Nós começamos a andar um do lado do outro. Eu segurando meu livro contra minha barriga e ele com as mãos no bolso do casaco. O silêncio era chato, mas eu gostava dele. Eu dei uma olhada rápida pelo canto do olho. Ele é realmente bonito e fofo. Quando o olhei pude ver um sorrisinho em seus lábios enquanto o seu foco era a sua direção.
   - Vamos parar um pouco? – ele perguntou.
   Eu concordei com a cabeça. Ele finalmente tirou uma de suas mãos de um dos bolsos de seu casaco e colocou nas minhas costas, me encaminhando para de baixo de outra árvore. Após nos sentarmos ele me envolveu com o braço. Eu normalmente me sentiria envergonhada, mas isso fez com que eu me aproximasse um pouco mais.
    - Então, o que quer fazer no nosso segundo encontro?
    - Espera...esse aqui não é nosso segundo encontro? – brinquei.
    - Acha mesmo que andar no parque é um encontro?
    - Sim, porque...a gente se encontrou...no parque. – fiz ele rir.
    - Penny, Penny, Penny...tão fofa, mas tão ingênua. Se ao menos tivesse, sei lá, um piquenique aqui, aí seria um encontro.
    - Ok, eu não sou ingênua. E outra coisa...se quer mesmo um segundo encontro deve concordar comigo.
    - Ah, então agora concorda que isso não é um segundo encontro? – ele começou a rir.
    - Justin, Justin, Justin...tão fofo, mas tão ingênuo. Eu que decido quando os encontros acontecem aqui, ok?! – disse fazendo ele rir novamente.
    - Ok, senhorita. Então, voltando à pergunta, o que quer fazer no nosso...próximo encontro?
    - Não sei. Tem alguma ideia?!
    - Que tal se almoçássemos juntos?
    - Ainda hoje?
    - Pode ser. Ou hoje, amanhã...ano que vem...
    - Quer marcar pro ano que vem? Tudo bem, então.
    - NÃO. Não. Ér... – ele me fez rir com seu desespero – Pode ser hoje mesmo?
    - Acho que sim. Eu só precisava avisar aos meus pais. Desde que contei sobre o assalto eles andam bastante preocupados.
    - Diga pra eles que está comigo e enquanto estivermos juntos nada vai acontecer. – ele disse mais próximo e em um sussurro.
    - Um minuto. – disse me levantando e pegando meu celular em meu bolso para ligar para meus pais.

    (Justin narrando)
    Ela dava pequenos passos de um lado pro outro e encarando o chão, esperando ser atendida pelos pais. Até que levantou o rosto, um sinal de que foi atendida, e começou a falar, outro sinal muito importante. Depois de falar algo pelo telefone ela me olhou, fazendo eu sorrir pra ela e receber um belo sorrisinho de volta. Depois ela pareceu ficar um pouco sem jeito e virou o olhar, me fazendo dar um risinho.
    Isso a tornava mais irresistível pra mim. O jeitinho que ela age. Ela realmente parece ser ingênua, fofa, tímida...mas nem por isso ela deixa de ser alegre e divertida. E ela é linda. Seu rosto, o modo que o seu cabelo se agita com o vento do parque, o modo como suas roupas mostram que seu corpo é tão bonito quanto seu rosto. Depois de um tempinho ela veio até mim, fazendo com que eu me levantasse para ficar na frente dela.
    - Eu avisei a eles. – ela disse.
    - Então...vamos almoçar? – perguntei.
    - Ih...só tem um problema.
    - O que foi? – perguntei baixinho e pausadamente.
    - Eu só tinha trago dinheiro pro café e preciso buscar...
    - Vai parando aí. Eu não acredito que tá pensando em pagar. Escuta uma coisa: enquanto estiver comigo não deve nem pensar em pagar, falar no assunto menos ainda.
    - Mas Justin, isso não é justo. Por que você tem que pagar tudo? Poderia muito bem deixar eu pagar pelo menos a metade.
    - Gatinha...olha...para de se preocupar com isso. Não importa o quanto você discuta, não importa o quanto você tente, você nunca vai me convencer a deixar você pagar algo.
    - Mas Justin...
    - Eu to com fome. – tentei desviar do assunto.
    - Mas...
    - Espera...tá escutando?! – perguntei levando meu dedo indicador ao alto pedindo sua atenção e conseguindo.
    - O que? – ela sussurrou.
    - É meu estomago GRITANDO. – ela passou a me encarar com os olhos semi cerrados – Vamos logo. – a puxei pela mão.
    Continua...



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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Criminal. Capítulo 4.


    (Justin narrando)
    Quando cheguei na casa dela eu resolvi telefonar. Acho que ela mora com os pais e não estou muito afim de conhecê-los. Ela não demorou pra chegar e assim que a vi reparei em como ela estava linda. Ela me deu um beijo na bochecha e depois fomos para a pizzaria. Era a melhor pizzaria que eu conhecia, por causa da borda de catupiry. Nunca vi tanto catupiry na minha vida. Nós chegamos lá, e começamos a comer. Primeiramente ficamos um pouco tímidos um com o outro, mas logo a situação se amenizou. Começamos a conversar sobre nós. Ela tinha a mesma idade que eu, não era do Canadá e tinha medo do escuro. Ao me contar que tinha medo do escuro ela parecia ter vergonha.
    - Me sinto uma idiota dizendo isso. – ela disse antes de levar um pedaço de pizza à boca.
    - Não devia. Todos têm um medo. – disse com um leve sorriso.
    - Qual o seu? – ela perguntou interessada.
    Eu no momento parei para pensar em qual era o meu verdadeiro medo, mas nada realmente parecia me afetar naquele momento. Eu encarava a parede da pizzaria pensando na resposta e logo depois passei meus olhos para os olhos dela. Ela esperava a resposta e eu me fazia perguntas. Ao olhar nos olhos dela, meio que o mundo desapareceu. Será que é porque os olhos dela são bonitos demais para me deixarem hipnotizado ou é porque quando olho neles medo não é uma palavra pra mim?
    - Não sei bem. – respondi por fim.
    - Não sabe porque tem muitos medos ou porque não tem nenhum.
    - Não sei porque, mas agora eu não sei o que significa medo. – expliquei antes de dar um gole no meu refri.
    - Agora? – ela perguntou devagar.
    - Sim. Agora. – dei um sorriso torto e comecei a cortar minha pizza.
    - Desculpe a curiosidade excessiva, mas...por que agora?
    - Sei lá. Talvez seja o lugar...o tempo...o dia de hoje que não foi um dia ruim, ou...você. – ela deu um leve sorrisinho e baixou o rosto parecendo querer esconder algo.
    - Hey. – chamei sua atenção, fazendo ela levantar o rosto e percebi suas bochechas coradas.
    Eu sorri pra ela e depois voltei a comer a pizza.
    Quando terminamos, eu paguei e a levei pra casa. No carro conversamos sobre o encontro, coisas como “Foi legal” e “Eu nunca ia deixar você pagar algo”. Ela foi a primeira garota que saiu comigo e que se incomodou de não ter pagado parte da janta. Quando chegamos na casa dela, ela me deu um beijo na bochecha e um leve sorriso.
    - Obrigada. Foi ótimo. – ela abriu a porta do carro.
    - Espera. – eu disse.
    Eu não tinha certeza do que iria fazer, mas era o que eu queria realmente fazer. Eu me aproximei mais dela, coloquei minha mão em seu rosto e encostei nossos lábios. Ela os aceitou facilmente e começou a me beijar. Seus lábios se moviam de forma tão delicada. Era um beijo do qual eu nunca havia provado antes. De repente, me senti como uma criança em noite de ano novo, quando fogos de artifícios estão estourando em toda parte e você sente um frio na barriga por ouvir aquele barulho tão alto e por ver várias luzes iluminando o céu escuro. O beijo acabou, e nós nos afastamos devagar. Demorou para eu tirar minha mão de seu rosto.
    - Ér...eu...te ligo amanhã. – disse e dei um meio sorriso, talvez por não ter certeza do que fazer agora.
    - Tudo bem. Tchau. – ela disse sorrindo.
    Ela saiu do carro e eu não saí dali até vê-la entrando em casa em segurança. Enquanto dirigia pra casa eu ficava me lembrando daquele beijo. Nunca havia provado um daqueles antes e já tive namoradas antes. Nunca fiquei nervoso a ponto de não saber o que fazer após beijar uma menina. Ela era diferente e eu sinto que sempre soube isso.
    Ao chegar em casa me assustei com minha mãe que me esperava na frente da porta.
    - Onde você estava? – ela perguntou rígida.
    - Bem...eu... – dei um meio sorriso.
    A expressão dela mudou de rígida pra maliciosa.
    - Eu conheço esse sorriso. – ela disse se aproximando – E algo me diz que tem a ver com uma...garota. – ela disse tentando chamar a atenção do meu olhar, mas só conseguindo um sorriso maior em meu rosto – Estou certa? – ela perguntou andando envolta de mim com o mesmo sorriso.
    Eu não sabia o que responder e nem sabia porque eu estava daquele jeito. Eu comecei a coçar minha cabeça com o nervosismo e sem perceber meu sorriso só ficou maior ainda. Agora sim minha mãe vai me encher.
    - Eu sabia. – ela disse batendo palminhas e rindo.
    - Para mãe. – disse sem-graça indo em direção e escada.
    - Hey, onde vai? – ela perguntou indo atrás de mim e me puxando pelo braço até a sala.
    - O que você quer de mim? – perguntei sendo atirado no sofá.
    - Quero saber sobre a garota. – ela disse se sentando ao meu lado e me puxando para um abraço materno que eu não sentia há meses.
    - Ela é...você não vai acreditar em mim. – eu disse me lembrando de como conheci Penny.
    - Por que não? – ela perguntou.
    - Porque...lembra que ontem eu disse que ajudei uma garota que tava sendo assaltada?
    - Justin...
    - É ela mãe. Eu encontrei ela hoje no parque, pergunta pro Ryan. Aí eu chamei ela pra sair e nós saímos hoje e foi legal, porque ela é diferente. Lembra das minhas últimas namoradas? Então, ela é totalmente diferente. Ela é mais delicada e quietinha. E ela é linda mãe.
    O sorriso no rosto de minha mãe desapareceu. Ela não estava acreditando em mim novamente.
    - Mãe, por favor, eu to muito feliz de ter conhecido essa menina, não estrague tudo dizendo que ela é uma mentira, porque ela não é. E eu...acho que to...gostando dela. – disse inseguro, mas tendo certeza do que estava falando.
    - Filho, eu só não quero que fique andando com aqueles garotos que andava antes.
    - Mas eu não ando mais. – menti.
    - Espero. Eu sou sua mãe e tenho que desconfiar de tudo referente a você pro seu bem.
    - Mãe, eu to feliz. – disse me levantando e me afastando – Não vamos falar disso agora. – eu saí da sala e subi as escadas com o intuito de ir até meu quarto.
    Ao chegar lá, escovei meus dentes dentro do meu banheiro, tirei o tênis e a blusa e me joguei na cama. Comecei a pensar nela. Tenho que vê-la de novo.
    Continua...