Mine. Capítulo 1.

    Nunca imaginei que iria passar por isso algum dia. Sendo arrastado pelos amigos pra uma balada em plena sexta feira à noite.
    - Eu não quero. – insisti.
    - Para de agir feito uma criança, cara. – disse Ryan.
    - Mas eu não quero entrar num lugar cheio de gente bêbada e meninas que acham que tão vestidas.
    - Justin, você é gay? – perguntou Chaz.
    - Não. – disse bravo – Só que o tipo de garota que eu gosto não são essas que ficam se esfregando na gente por causa de dinheiro.
    - Justin, isso aqui não é um bordel não cara. É uma boate. – Ryan disse.
    - E você não namora desde o início da faculdade e você já tá trabalhando. – lembrou Chaz.
    - Não faz tanto tempo assim faz? – perguntei com esperança.
    Chaz e Ryan se olharam e depois olharam pra mim.
    - Vamos entra nesse lugar logo. – disse passando por eles e indo direto pra entrada.

    Passou uma hora. Nenhuma garota veio até mim e nenhuma chamou minha atenção para eu ir atrás dela. Eu estava encostado no bar da boate tomando uma cerveja e esperando por algum tipo de milagre. Nesse exato momento, Ryan e Chaz deviam estar com duas garotas, e eu aqui olhando todo mundo se pegando. Chega. Tenho certeza que a garota certa não tá aqui. Decidi ir embora. Deixei a garrafa de cerveja em cima do balcão do bar com uma nota de 10. Eu me virei pra festa e entrei na pista pra sair dali. Foi AÍ que aconteceu.
    Com um intuito de sair dali rápido saí passando por todo mundo, mas uma garota vinha na minha direção de costas e dançando. Com a falta de atenção dela e minha, acabamos trombando.
    - Ah, desculpa. – ela se virou e sorriu pra mim.
    Os olhos dela foram a primeira coisa que vi. Eram lindos. Puro, mas misteriosos, diferente do tipo de garota que achava que iria encontrar aqui.
    - Tu-tu...tudo bem. – disse passando meu olhar para os lábios dela.
    - Tchau. – ela disse passando por mim dançando.
    Eu me virei para olhá-la e fiquei parado lá. Que nem um tonto. Aquilo não podia tá acontecendo. Era loucura. Eu tenho que sair daqui.
    Ao sair daquele lugar vi umas meninas vomitando perto de um carro. O carro do Ryan.
    - Otário. – disse rindo e indo em direção ao meu carro.

    Acordei com o barulho daquele despertador chato. 6 horas e 30 minutos. Quem gosta de levantar nesse horário?! Que saco de trabalho. Pensando bem, esse emprego paga meu Playstation, os lanches do Mc Donald’s e as boates de toda sexta feira a noite. Ontem não foi uma noite legal. Pera aí.
    - É SÁBADO CARAMBA.
    Eu sou o único idiota que acorda nesse horário no sábado. Que saco. O pior é que eu não vou mais conseguir dormir. Fui até minha cozinha e vi que não tinha nada na geladeira. Eu fui até o meu quarto, me troquei e desci. Tinha um Starbucks do outro lado da rua e que por sorte, ficava aberto no horário que o otário aqui acorda. Entrei na loja e ela estava vazia, havia apenas uma velinha com sua outra amiga velinha comendo um muffin. Eu me sentei em qualquer mesa e peguei meu celular. Noite passada Chaz e Ryan tentaram...
    - Quer fazer seu pedido agora? – a garçonete perguntou.
    - Só um minutinho. – pedi.
    Chaz e Ryan me mandaram mensagens me procurando ontem porque...
    - Não está com pressa? – ela perguntou.
    - Como? – perguntei apagando as mensagens daquele manés.
    - São 7 horas da manhã. Suponho que esteja aqui às 7 em pleno sábado porque tenha que trabalha.
    - Não, na verdade meu despertador.... – me virei para olhá-la – Me...me acordo sem-querer. – disse a encarando.
    - Ahn...então quer pedi? – ela perguntou.
    - Eu...ér...sim. – disse ainda a olhando.
    - Algum problema? – ela perguntou.
    - A gente se conhece? – perguntei.
    - Creio que não. – ela disse olhando bem pra mim – Então...pedido? – ela perguntou de novo.
    - Ér...me traz um café e... – eu olhei pra mesa, confuso.
    - Tudo bem. Enquanto pensa eu vou trazendo seu café. – ela disse saindo dali.
    Quem é essa garota? Eu sei que a conheço. Os olhos dela...isso. É a garota de ontem. Tenho certeza.
    - Aqui. – ela disse aparecendo – Seu café e...eu trouxe um muffin. É de chocolate é muito bom. E não to dizendo isso porque fui eu que fiz. – ela disse rindo.
    - Obrigado. – disse sorrindo pra ela.
    Tomei meu café olhando pra ela. Ela ficava atrás do balcão limpando as coisas e falando com as pessoas que entravam no café. Ela é tão linda. Eu só me lembrava dos olhos dela e dos lábios. Os lábios. Olhei pra eles que agora estavam curvados pra cima enquanto ela conversava com duas mulheres sentadas no balcão. Eu terminei de comer e fui pagar.
    - Gostou do bolinho? – ela perguntou sorrindo.
    - Sim. Estava ótimo, obrigada. – sorri pra ela e lhe entreguei uma nota.
    - Se lembrou de onde me conhece?
    - Ah...não. Infelizmente não. – menti.
    - Tudo bem. As vezes se confundiu. Aqui está o troco. – ela estendeu pra mim – Volte sempre.
    - Eu vou. – disse fazendo ela rir – E pode ficar com o troco. Me atendeu bem. – disse.
    - Obrigada. – ela sorriu novamente.
    - Tchau. – disse antes de me virar devagar e sair dali.
    Enquanto passava lá fora, ficava a olhando pela janela. Parei de andar. Ela vai estar aqui amanhã? Vou vê-la novamente? Eu preciso. Dei meia volta e entrei lá de novo. Ao me ver, ela ia falar, mas falei antes dela:
    - Eu menti.
    - O que? – ela perguntou confusa.
    - Eu me lembrei de onde te conheço.
    - De onde? – ela perguntou curiosa.
    - Ontem, estava numa boate?
    - Estava sim. – ela afirmou inclinando a cabeça.
    - Esbarrou em um garoto na pista de dança que ficou te encarando por uma hora antes de responder ao seu “Desculpa”?
    - É. – ela confirmou.
    - Eu era o...garoto.
    Continua...