Mine. Capítulo 2.

    - Nossa. Que coincidência. – ela disse.
    - Qual seu nome mesmo?
    - Sou Daphne. Mas me chama de Daph. – ela sorriu.
    - Justin. – sorri pra ela – Mas me chama de...ér...
    - Jus?! – ela opinou.
    - É...pode ser. – sorri.
    - Então...a gente se vê. – ela disse.
    - Sim...nos vemos. – disse antes de virar e sair de lá de novo.
    Esqueci de perguntar se ela estaria aqui amanhã, mas pelo menos sei seu nome. Caso ela não esteja aqui mais, eu perguntou sobre ela. Daphne.

    (Daphne narrando)
    Eu o acompanhei com o olhar enquanto ele passava pela janela da cafeteria.
    - Gatinho. – ouvi.
    Olhei pra frente e vi uma adolescente, mais nova que eu, claramente, me olhando.
    - Ele? – perguntei.
    - Sim. E é fofo também. Gostei do jeito dele. – ela disse antes de dar um gole em seu café.
    - Jeito dele?
    - É. Fofo, bonitinho, parece ser intelectual....
    - Ah...ele é...bonito mesmo. – disse olhando pra janela mesmo ele não estando mais lá. Sorri.
    Durante o trabalho eu comecei a buscar na minha memória cada parte da noite passada. Me lembrei dele. Ele é mais bonito fora da bagunça e com a luz ligada. O que será que ele quer? O que aquela garota me disse sobre ele entrou na minha mente como uma opinião formada sobre mim mesma. Ele parece divertido, é bonitinho e o estilo intelectual dele... Será que vou vê-lo de novo?

    (No dia seguinte)
    Eu tirei os últimos bolinhos do forno e nem tive chance de ajeitá-los.
    - Daphne. – Erick, o meu colega de trabalho, me chamou.
    - Que? – perguntei.
    - Cliente. – ele aponto pra porta da cozinha, para que eu saísse de lá.
    - Você não pode atender? – perguntei.
    - Vai lá. Deixa que eu ajeito os bolinhos.
    - Tá. – disse saindo da cozinha.
    Quando cheguei no balcão, instantaneamente um sorriso apareceu no meu rosto.
    - Bom dia. – ele disse sorrindo.
    - Bom dia. – sorri mais.
    - Eu vou querer o mesmo de ontem. Capricha na cobertura do bolinho. – ele pediu.
    - Tudo bem. Vou buscar. – disse.
    Ao entrar na cozinha, dei um gritinho histérico.
    - ETCHA. Que isso? – perguntou Erick se assustando.
    - Esse cliente que me mandou atender...
    - Ih...o cara tá incomodando?! O chefe disse que se houver abuso com os funcionários é pra falar com ele e...
    - Não, não. Ele é super simpático e engraçado. A gente se esbarrou numa festa na sexta e por coincidência nos encontramos ontem. E hoje ele voltou.
    - E por que o gritinho? – Erick perguntou.
    - Sei lá. Ele...é bonitinho e...
    - Tá interessada?
    - Não. Que isso? – Erick passou a me encarar – Talvez. Ele parece ser tão fofo. – disse me virando e olhando pela janelinha da porta da cozinha para olhá-lo.
    - Oh, mas toma cuidado. Vai devagar.
    - Tá. Tá bom. – disse revirando os olhos pelo jeito protetor do Erick.
    - Ele pediu alguma coisa?
    - Ah é. Ele quer um bolinho caprichado na cobertura e café.
    - Vai pegar o café que eu passo cobertura no bolinho.
    - Ok. – disse.
    Peguei o copo de café e o enchi, depois, Erick me passou um prato com o bolinho. Saí da cozinha e encontrei ele no balcão mexendo no celular. Quando cheguei perto ele virou o celular pra mim e tirou uma foto.
    - Wow. Que isso? – perguntei assustada.
    - Nada não. Só tava testando a câmera. – ele disse olhando pra tela do celular e sorrindo.
    Pus o café e o bolinho na frente dele e pedi:
    - Posso pelo menos ver esse flagra?
    - Aqui. – ele me deu o celular.
    - Tá horrível. – eu disse apagando a foto.
    - HEY. Não podia apagar. – ele reclamou.
    Eu ri e depois coloquei na câmera do celular dele. Tirei uma foto minha e vi se essa prestava. Estava melhor que a última.
    - Aqui. – estendi o celular pra ele.
    Ao ver a foto ele sorriu e guardou o celular.
    - Se precisar de mais alguma coisa... – disse me afastando.
    - Espera. Eu...preciso. – ele disse.
    - Do que? – perguntei me aproximando de novo.
    - Tem namorado?
    - Não. – disse.
    - Tem quantos anos?
    - Tenho 21. – disse.
    - Tenho 24. Então...tem três anos a menos e...é...da pra pegar. – ele disse rindo.
    - Para. – disse.
    - Fica tranquila. Não vou te pegar. Talvez namorar, casar, fugir...coisa mais séria.
    - Bobo. – disse rindo, mas encantada.
    - Faz o que além de vender café? – ele perguntou dando um gole no seu café.
    - Eu faço faculdade. Eu vendo café só pra conseguir um dinheirinho extra. Porque...meu pai ainda me banca, mas...eu gosto de ter meu próprio dinheiro.
    - Entendo. E faz faculdade de que?
    - Arquitetura.
    - Sério? – ele pareceu surpreso – Eu trabalho com isso. – ele disse sorrindo.
    - Nossa. – sorri com a coincidência sinistra que acontecia entre nós.
    - Legal. Mas...já que faz faculdade, só trabalha aqui no fim de semana?
    - Não. Trabalho todos os dias. Só que em dia de semana eu trabalho de tarde.
    - Ah. – ele deu uma mordida no bolinho.
    - Espera. É disso que precisava? Fazer um interrogatório?
    Continua...