Criminal. Capítulo 11.

    - Eu meio que entrego que estou com vergonha e...não é legal.
    - Você...sabia que nunca tive uma namorada como você? Todas minhas outras namoradas eram daquelas...baladeiras e que não quietavam com um namorado só. Você é meiga, ingênua, fofa...
    - Não sou ingênua. – disse me afastando.
    - É sim. – ele riu se aproximando novamente e segurando meu rosto.
    - Por que insiste?
    - Porque eu gosto disso em você. Você tenta omitir, mas é uma qualidade sua. Eu adoro isso. E olha que...a gente se conhece só a seis dias.
    - Verdade. Você é um observador.
    Ele sorriu novamente e me beijou. Depois de um tempo eu o parei e disse:
    - Acho melhor eu ir embora.
    - Tem certeza?
    - Meus pais devem estar preocupados, pois eu sumi de manhã e até agora não apareci.
    - Existe uma coisa chamada telefone.
    - E pra que você quer que eu o use?
    - Pra ficar um pouquinho mais com seu namorado novo.
    - Tá. – sorri.
    - E então...quer fazer algo? – ele perguntou pegando uma de minhas mãos.
    - Eu quero sorvete. – pedi sorrindo como uma criança.
    Ele apertou de leve minha bochecha enquanto sorria e depois de me dar um selinho me levou para fora de sua casa. Fomos caminhando até uma sorveteria. Eu não sabia de nenhuma por perto, mas confiava no meu namorado. Meu namorado. Ain.
    - Que foi? – ele perguntou.
    - O que? – perguntei tentando lembrar se pensei alto demais.
    - Sua expressão...tava diferente.
    - Desculpa se não sou tão bonita...
    - Do que você tá falando? Você é a garota mais linda que eu já conheci.
    - Mentiroso. – disse fazendo bico.
    - Diga isso de novo e ficará de castigo.
    - Nossa, primeiro dia de namoro e já to de castigo?
    - Ninguém manda ficar falando bobagem. – ele me puxou para me envolver em seu braço – Ninguém tem o direito de falar que minha princesa não é bonita. Muito menos ela mesma. – recebi um beijo na cabeça.
    - Você é tão perfeito. – deitei minha cabeça em seu ombro.
    - Não sou. Sempre ouvi e acreditei naquele lance de “Ninguém é perfeito”. Mas é impossível crer numa frase dessas quando se está ao seu lado.
    - Aaaahhhh, para. – me soltei dele e sai de perto.
    - Que foi? – ele perguntou com um riso assustado.
    - Nada. – disse me aproximando mais e sendo envolvida por ele novamente.
    - Você é louquinha. – ele disse rindo – E eu gosto disso. – ele puxou meu rosto e deu um beijo em minha bochecha.
    Nós continuamos andando até a sorveteria. Era mais longe do que eu imaginava, mas valeu a pena pois o sorvete era ótimo. Estávamos lá, tomando sorvete, trocando olhares e sorrisos até que dois garotos chegaram.
    - E aí Justin? – eles perguntaram antes de virar seu olhar pra mim.
    - O que...mas o que... – Justin parecia nervoso.
    - Não vai nos apresentar sua amiga?
    - Amiga?! Ela é...só.... – ele olhou pra mim parecendo preocupado, se levantou e saiu de perto com aqueles dois garotos.
    Qual era o problema? Ele não queria me apresentar aos amigos? Por que motivo? Ele gosta de mim, mas não do tipo de se apresentar pros amigos? Isso é vergonha? Me entristeci pensando sobre isso.

    (Justin narrando)
    Protegê-la. Protegê-la. Era tudo que se passava em mina cabeça.
    - Qual é irmão?! Tá pegando a mesma garota mais de uma vez? – perguntou um dos idiotas.
    - Eu não to pegando ela.
    - Hey...pera aí...a gata é sua namorada? – perguntou o outro idiota.
    - É sim. Mas fiquem longe dela. – ameacei.
    - Ih, qual é? Por que? – o mesmo idiota perguntou.
    - Vocês dois têm fama de roubar garota dos outros. E não é a minha que vocês vão roubar. – dei essa desculpa e voltei até a mesa.
   Me sentei novamente e pude reparar que Penny tomava seu sorvete cabisbaixa.
    - Penny?! – chamei – Aconteceu alguma coisa, princesa?
    - Não. – ela respondeu antes de tomar uma colherada enorme de sorvete, acho que tentando não falar disso.
    - Gatinha, da pra ver que você tá tristinha. Por que?
    - Por que não quis me apresentar aos seus amigos? É algum problema que eu tenho? Eu...
    - Não. Penny, não é nada disso. Aqueles caras são uns animais. Não são meus amigos. Acredite, foi para seu bem. – coloquei minha mão sobre a dela.
    - Verdade?
    - Acha que eu não gostaria de te apresentar para meus amigos? É como comer um sanduíche na frente de um mendigo. Eles iam ficar babando pelo meu sanduiche.
    - Pera aí. Agora eu sou um sanduíche?!
    - Meu sanduíche. – pisquei pra ela, que sorriu.
    Ela pareceu mais felizinha, mas não havia mais troca de olhares, sorrisos e etc. Seus olhos se fixavam naquele maldito sorvete. Ela é tão linda.

    (Penny narrando)
    Ok. Antes eu não tinha essas suspeitas, mas agora eu tenho e ela esta virando uma certeza. Esse garoto esconde alguma coisa.
    Continua...