Criminal. Capítulo 12.

    Eu levantei o olhar para olhá-lo e nossos olhares se encontraram. Ele me olhava curioso. Eu baixei o olhar novamente e terminei o sorvete. Nós saímos da sorveteria de mãos dadas, mas ainda em silêncio.
    - Desculpa, mas eu to incomodado. – ele disse de repente.
    - Como assim? Com o que? – perguntei curiosa.
    - Com você. Desde que ocorreu aquilo na sorveteria você parece triste, chateada...
    - Não, eu to bem. – disse.
    - Posso ter certeza disso? – ele perguntou parando de andar e me olhando.
    - Pode. – disse também parando e o olhando.
    - Tá bom. – ele deu um meio sorriso rápido.
    Eu sorri e o abracei. O abraço foi retribuído um tempo depois.
    - Primeiro dia de namoro e já preocupado?
    - E quem disse que isso começou hoje? – ele se afastou um pouquinho para me olhar, mas ainda me tinha em seus braços – Eu já disse que eu nunca tive uma namorada que nem você. Você é diferente...especial.
   - E você me deixa com vergonha. – disse enterrando meu rosto em seu peito.
   Ouvi um risinho, senti uma mão afagar meu cabelo e senti um beijo no alto da cabeça. O clima acabou quando meu celular começou a tocar. Eu o atendi:
    - Alô.
    - Penny, onde você está? – meu pai perguntou doido do outro lado da linha.
    - Ah, eu to aqui na sorveteria. – disse mesmo já tendo saído dela.
    - Como assim? Você tava na sorveteria o dia todo?
    - Não, pai. – disse me afastando de Justin.
    - Onde você estava? – olhei para Justin e suspirei.
    - Eu fiquei no parque lendo, aí eu perdi a hora do almoço e tava com vontade de tomar sorvete e vim.
    - Mas você nem almoço?
    - Não, mas eu to bem.
    - Tudo bem. Então venha pra casa. – ele pediu.
    - Tudo bem. Tchau. – desliguei.
    Eu olhei pra Justin antes de suspirar novamente.
    - Que foi?
    - Eu posso falar pro meu pai sobre você? – perguntei.
    - Não. Não...espera. Pode, mas não agora. Depois. – ele pediu.
    - Pelo visto, vou ter que ficar mentindo pra ele por causa de você.
    - Idaí?
    - Idaí que eu não gosto de mentir, muito menos para meus pais.
    - Hm...tanto faz. Vamos. Pra onde quer ir?
    - Eu vou pra casa. – disse fazendo ele me olhar.
    - Por que? – ele pareceu chateado.
    - Porque meu pai quer que eu volte e eu já passei a manhã, o almoço e um pouquinho da tarde com você. Não tá bom?
    - Não. – ele passou a mão em meu rosto – Queria você o dia todo. – ele se aproximou para me beijar.
    - Mas não vai ter. – disse saindo de sua frente e fazendo ele beijar o ar.
    - Tá bom. – ele disse irritado e começando a andar.
    - Onde vai? – perguntei.
    - Te levar pra casa. Vamos.
    - Eu posso ir sozinha se...
    - Não. – ele disse de imediato.
    Eu comecei a andar do lado dele. Andamos em silêncio e de mãos dadas. Até chegarmos perto de minha casa. Ele me parou, segurou meu rosto com ambas as mãos e me beijou. Após um rápido beijo ele disse:
    - A gente se vê amanhã, princesa. – ele disse movendo os dedos de suas mãos roçando-os em meu rosto e mordendo os lábios.
    - Sim. A gente se vê. – sorri e dei um selinho nele antes de sair de perto e ir em direção a porta de casa.
    Quando cheguei na porta olhei para trás e o vi com aquele sorriso que me arrepiou. Acho que ele percebeu, pois logo depois ele deu um risinho e eu entrei de imediato em casa. Fui direto para meu quarto e assim que entrei reparei que meu celular apitou.
    “Estou com saudades”.
    - Own. – foi a única coisa que consegui dizer antes de reparar que também sentia saudades.
    Sabe quando você é criança e ganha um brinquedo novo, aquele que queria tanto?! Você brinca com ele noite e dia. Ao acordar é a primeira coisa da qual lembra e ao dormir mal esperar para brincar novamente no dia seguinte. Estou sentido isso em relação a Justin. E queria que ele estivesse aqui. Gosto do momento que passamos juntos até porque ele é bastante carinhoso e fofo.
    Quando será exatamente que vou o ver de novo?

    Ao invés de me sentar debaixo da árvore e esperar para vê-lo, eu sai caminhando pelo parque para ver se eu encontrava. Nada dele até eu chegar às quadras de esporte do parque. Lá estava ele e outro amigo, jogando, conversando e rindo principalmente. Pensei em ir lá, mas ele está jogando com um amigo e...ér.
    Olhei para o lado e outra coisa me encantou. Um cheiro de pipoca me chamou até a carrocinha do cara. Eu pedi uma grande com manteiga. Ao tocar na pipoca percebi o quanto ela estava quentinha. O gosto era incomparável e... De repente uma mão apareceu e tirou do saco um punhado de pipoca.
    - HEY. – reclamei antes de perceber quem havia roubado.
    - Que foi? – Justin perguntou comendo as pipocas.
    - Uh...tá quente? – o amigo dele apareceu e pegou algumas.
    - Sai daqui seu folgado. – Justin empurrou o amigo.
    - Ela não reclamo quando eu peguei, mas reclamo quando você pegou. Quem é o folgado aqui?! – perguntou o amigo.
    - Gatinha quem é o folgado? – Justin se direcionou a mim.
    Continua...

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