Criminal. Capítulo 13.

    - Ambos que não estão me deixando comer. – disse antes de me afastar com aquele pacotinho dos deuses.
    - Hey, onde vai? – Justin me puxou pela cintura – Não veio aqui para nosso encontro diário no parque? – ele perguntou com aquele sorriso que pela primeira vez consegui – pelo menos tentei – ignorar.
    - Não. Eu vim pra comer pipoca.
    -  IUIUIUIUIU. – o amigo dele começou a zoá-lo.
    - Tá bom. Então...tudo bem. – ele baixou a cabeça e começou a andar com as mãos no bolso.
    - Justin. – o chamei, mas fui ignorada – Segura a pipoca. – pedi ao amigo dele.
    Corri atrás de Justin e pulei em suas costas. Ele me tirou de suas costas e me puxou para que ficássemos de frente.
    - Ué, não veio por causa da pipoca? – ele perguntou.
    - Não, eu vim aqui pra te ver, como todos os dias desde que te encontrei aqui.
    - Sempre soube. – ele disse sorrindo e me dando um selinho.
    - Eu tava com saudades. – o abracei.
    - Wow, gatinha eu to suado. – ele tentou recuar.
    - Não ligo. – continuei abraçada a ele.
    - Não gosto de fazer carinho em você fedendo.
    - Você não tá fedendo. – disse passando meu rosto em seu peito.
    - Mas eu sinto que estou. – ele me tirou de perto dele.
    Fiz uma carinha triste pra ele, mas não de propósito, eu realmente estava triste. Ele passou a mão em meu rosto e depois de suspirar disse:
    - Vem comigo. – ele me puxou pela mão.
    - Mas e minha pipoca?
    - Deu para o Ryan?
    - Sim.
    - Então ela não existe mais.

    Ele me levou para a casa dele. Sua mãe já havia saído para trabalhar, ou seja, estávamos sozinhos. Ele subiu para tomar banho e me deixou na sala assistindo TV. Um tempo depois ele se jogou no sofá deitando sua cabeça em meu colo.
    - Demorou. – reclamei para provocá-lo enquanto mexia em seu cabelo.
    - O que? Desculpa, é difícil ouvir com cafuné. Cara, eu adoro isso. – ele fechou os olhos.
    - Saí. – o empurrei de meu colo.
    Ele se levantou e se jogou em cima de mim fazendo eu me deitar no sofá após levar um susto.
    - Agora eu to cheiroso. Cheira. – ele levou a cabeça pra trás para que eu pudesse cheirar seu pescoço.
    Aproximei com o nariz e fiquei ali durante um tempo.
    - Não tá sentindo? – ele perguntou por conta da demora.
    - To. – disse baixinho.
    Ele deu um risinho antes de se deitar ao meu lado. Ele me abraçou e deixou seu pescoço a altura do meu nariz. Meus cabelos eram afagados enquanto sentia seu cheiro. Eu ia dormir daquele jeito. Estava me dando uma preguiça, ainda mais estando naquele estado e sendo envolvida por ele. Seus braços eram fortes. Eram fortes.
    - Eu vou dormir. – disse baixinho.
    - Dorme. – ele disse do mesmo jeito.
    - Não posso. – manti o tom.
    - Por que?
    - Por que não faz nem duas horas que eu acordei.
    - Mas tá bom, não tá?!
    - Tá.
    - Você quer sair daqui?
    - Não.
    - Então não se preocupe em dormir. – recebi um beijo na testa.
    Seu carinho, seu cheiro e seu envolvimento deram efeito imediato.

   Não dormi muito, mas assim que acordei dei de cara com Justin, que dormia à minha frente. Sorri. Peguei meu celular no bolso e olhei a hora. Levantei assustada ao ver que já eram 13 horas e meia e acabei derrubando Justin do sofá, sem querer.
    - O que foi? – ele perguntou sonolento, mas também assustado.
    - Ai, desculpa. – disse o ajudando a se levantar.
    Ele se sentou no sofá e deitou de novo.
    - Eu vou indo. – disse me levantando.
    - Pra onde? – ele perguntou se virando para me olhar.
    - Pra casa. Passou da hora do almoço.
    Ele suspirou e se levantou.
    - Que foi? – perguntei.
    - Eu vou te levar pra casa.
    - Não precisa. Você tava dormindo.
    - Não, eu vou.
    - É sério, não precisa.
    - Eu vou, Penny. – ele disse mais sério.
    - Por que você quer ir? – insisti.
    - Porque sim, caramba. – ele se irritou.
    Fiquei o olhando por um momento. Não com medo, não triste e nem assustada, que era como eu deveria estar. Minhas sobrancelhas estavam arqueadas e meus braços cruzados.
    - Eu realmente to curiosa pra saber o porque da insistência. – disse.
    - Arr, você é difícil. – ele disse passando por mim.
    - Eu estou falando sério. Por que quer me acompanhar? Vai pra outro lugar depois? Vai encontrar a outra?
    Continua...