Criminal. Capítulo 9.

    - Eu não sei porque, mas quando estou com você não sinto que exista perigo. Se fosse perigoso...acho que não seria assim comigo, então...gostaria.
   Dei um leve sorriso, puxei seu rosto e dei nela um selinho.
    - A noite foi ótima, mas já tá tarde. É melhor você entrar. – sugeri.
    - Tudo bem. Vou indo. – ela pegou sua bolsa.
    - A gente se fala. – disse antes de dar um último selinho nela.
    - Tá bom. Tchau. – ela disse antes de sair do carro.
    Esperei que ela entrasse em sua casa para que eu fosse até a minha. 

    (Penny narrando)
    Claro que ao chegar em casa recebi perguntas do tipo “Onde você esteve até agora?”, “Com quem estava?” e etc, mas as ignorei como pude, porque tudo que queria fazer agora era me deitar e ficar lembrando da noite de hoje. A gente nem prestou atenção no filme. Ri. Isso é estranho porque estamos agindo como namorados e não somos isso. Quer dizer...eu acho. Ele é tão lindo. Ah, e ele gosta de mim. Que lindo.
    A única parte estranha do encontro foi o questionamento dele sobre eu gostar dele se ele tivesse olhos grandes, fosse mais velho ou...perigoso. O que isso quis dizer? Quer dizer, ele não parece nem um pouco perigoso, mas de vez enquando ele tem umas atitudes maliciosas que o deixam com esse ar. Mas ele não é perigoso. Sei que não.
    Após trocar de roupa, escovar os dentes e arrumar a cama, fui dormir. Ah se eu tivesse conseguido dormir assim que deitei. Mas era difícil. Só pensava nele. O sorriso, os olhos claros, o tanto que ele é carinhoso, seu abraço... O abraço que ele me deu hoje foi tão bom. Parecia um abraço protetor, onde ele me envolveu e encostou seu rosto no meu. Esse garoto é estranho... E quem disse que me importo?

   Se acordar foi difícil imagina levantar. Por mais que estivesse de férias, dormindo tarde e acordando cedo todos os dias, a preguiça não termina, só cresce. Eu tomei um banho e me arrumei. Só faltava pegar o dinheiro do café e o livro para ir ao parque, mas quando estava para fazer isso fui chamada pela minha mãe. Eu desci as escadas e vi ela arrumando uma mesa gigante pro café da manhã.
    - O que é isso mãe? – perguntei olhando impressionada pra mesa.
    - Como assim o que é isso? A mesa de café da manhã do seu pai.
    - Por que? – perguntei ainda curiosa.
    - Engraçadinha.
    - Desculpa, mas qual a piada?
    - Penny, hoje é aniversário do seu pai. – minha mãe me lembrou fazendo com que meu humor mudasse de super feliz para triste.

    (Justin narrando)
    - Ela era muito gostosa cara. – disse um dos garotos que eu não sabia o nome.
    - Eu vi. E o que ela tava fazendo com você mané? – perguntou outro.
    Eu cutuquei Ryan e sussurrei:
    - Cara, aconteceu alguma coisa.
    - Que foi? – ele perguntou também em um sussurro.
    - Eu mandei umas mensagens pra Penny e tentei ligar, mas ela não atende e nem responde.
    - E o que tem?
    - Ontem, eu fiz umas perguntas pra ela, sem compromisso, mas tentando descobrir se ela teria problema em namorar um garoto como eu...assim...desse grupo...
    - E aí?
    - Ela falou que não, mas...será que depois ela imaginou que eu deva ser assim e desistiu de mim?
    - Cara, fica tranquilo. As vezes ela perdeu o celular.
    - Mas eu andei aqui no parque agora de manhã e fui onde ela sempre vem de manhã, ela não tá lá.
    - Mano, espera, depois ela deve te ligar. Paciência.
    - Tá. – disse guardando o celular no bolso.
    Eu só estou assim porque tenho medo do que ela deve estar pensando de mim. Será que ela não quer mais?

    (Penny narrando)
    Hoje levantei mais cedo, me arrumei e fui ao parque – sem dinheiro e sem livro. Ontem tive de passar o dia todo com meu pai, como fazia todos os anos, mas acho que senti saudades de Justin. Cheguei ao parque e comecei a andar por ele olhando pros lados, pra frente, pra trás...até que mais a frente identifiquei ele. Estava cabisbaixo e chutando pedrinhas de seu caminho.
    Saí correndo atrás dele até alcançá-lo. Assim que o alcancei o cutuquei fazendo ele se virar pra mim. Eu sorri e pude ver sua expressão surpresa.
    - Oi. – disse ainda sorridente.
    - Oi. – ele disse com um tom estranho.
    - Justin...aconteceu alguma coisa? – perguntei.
    - Não aconteceu? Você sumiu ontem, eu pensei que...
    - Me desculpa, ontem foi aniversário do meu pai e...tive de ficar o dia todo com ele.
    - Mas e seu celular? Te mandei mensagens e liguei, mas você não atendeu.
    - Sério? Na verdade eu nem vi meu celular ontem. Deve tá em algum lugar do meu quarto, ou talvez sem bateria.
    - Ah. – ele disse.
    Ele tava tão tristinho. Isso me entristecia. Então eu fui até ele, passei uma mão por seu pescoço e a outra em seu rosto.
    - Não tá triste por causa disso né?!
    Continua...