Criminal. Capítulo 16.

    Eu cheguei na pista de skate abandonada e totalmente pichada e chamei a atenção de todos, mas eles estavam muito ocupados com um nerd. Dois garotos o levavam pra roda enquanto eu esperava de fora impaciente. Começaram a ameaçá-lo, até que eu ouvi:
    - Justin.
    Me virei. Essa não.
    - Pe-penny. O que você tá fazendo aqui? – disse a empurrando para fora dali.
    - Justin o que tá acontecendo ali? – ela perguntou olhando para a roda de garotos ameaçando o nerd – Justin faz alguma coisa. Eles vão machucar ele.
    - Penny sai daqui é perigoso.
    - Justin, faz alguma coisa. Por que você não tá fazendo nada?
    - Penny...
    - ME LARGA. – ela fez com que eu parasse – E agora me responde. O que ta acontecendo aqui? Por que você não ta fazendo nada pra ajuda aquele garoto?
    - Penny, é uma história complicada e...
    - Você é um deles? – ela me interrompeu e fez com que eu ficasse imóvel.
    - É sério, Penny, aqui é muito perigoso e você tem que...
    - RESPONDE JUSTIN.
    - Princesa...a gente tem que conversar com calma e... - desceu uma lágrima de seu olho – Não, não chora. Eu...
    - Me diz que está aqui para ajudar o garoto.
    - Gatinha...
    - Me responde. E diga a verdade. – outra lágrima desceu pelo seu olho me deixando sem reação – Seu...HIPÓCRITA, CRETINO, ANIMAL... – ela disse me batendo.
    - Penny, fica calma, deixa eu explicar.
    - NÃO. – ela gritou e se afastou chorando – SAI DE PERTO DE MIM MONSTRO.
    - Penny. – tentei me aproximar.
    - ME DEIXA. – ela saiu correndo e chorando.
    Eu ia atrás dela, mas me lembrei de uma coisa. Ao olhar pra trás vi todos me encarando, até o nerd. Eles soltaram o nerd que saiu correndo e continuaram me encarando. Fui até ele e disse:
    - Eu to fora.
    - Fora do que? – um dos macacos perguntou.
    - Fora disso...aqui. Eu não sei o que isso é. Eu não vou vir mais em reuniões, não vou mais bater em ninguém e etc.
    - E por que você vai sair mané? – perguntou outro chimpanzé.
    - Porque eu não gosto disso aqui. Eu to fora. – me virei e comecei a andar.
    - Tá arregando é? – um deles gritou – É por causa daquela vadiazinha? – eu parei de andar.
    Respirei fundo, contei até 10, me imaginei socando cada um deles, mas a provocação continuou.
    - A gente arranja outra vadiazinha até melhor do que aquela pra você. – disse ele novamente.
    Sem paciência, me virei e fui até ele.
    - Retire o que disse. – disse entre dentes.
    - O que? Que aquela vadiazinha...
    Não me conti. Parti pra cima dele com um soco no nariz.

    (1 dia depois)
    (Penny narrando)
    Eu permanecia no meu quarto desde ontem. Eu chorava como se não houvesse amanhã, como se minha vida não tivesse mais futuro. Ele me decepcionou tanto. Ele me salvava do tipo de cara que ele é. Ele mentiu pra mim.
    Meu celular tocou. Primeiramente deixei ele tocar até a pessoa desistir, mas a pessoa era persistente. O peguei para ver quem é e era um número desconhecido. Decidi atender.
    - Alô. – tentei manter a voz calma.
    - Penny? – uma voz desconhecida disse do outro lado da linha.
    - Sim.
    - Sou eu, Ryan.
    - Ryan, olha, se o Justin pediu pra você...
    - Ele não pediu nada. E é importante me escuta.
    - Fala.
    - É sobre o Justin.
    - Eu não quero falar...
    - Ele tá mal.
    - Ele imagina como eu estou?
    - Você também está no hospital?
    - Hos-hospi...
    - Hospital. E ele tá aqui por você.
    - Co-como assim? O que aconteceu? – perguntei preocupada.
    - Depois que você foi embora ele disse ao grupo que queria sair dali, pois nunca gostou daquilo e tudo mais e depois provocaram ele te xingando. Ele não aguentou e começou a bater na baleia do grupo e...pois é, o cara apanho.
    - Ele...ele tá bem? – perguntei mais preocupada que antes.
    - Ele acordo a pouco tempo e a primeira coisa que ele fez foi te chamar. O cara ta meio fraco porque bateram muito nele. Você precisa vir pra cá.
    - Eu...eu não vou esquecer o que ele realmente é.
    - Se você acha que esse é o verdadeiro Justin você não o conhece.

    Ryan me contou o porque de ele e Justin estarem naquele grupo e contou que eles nunca bateram em ninguém e muito menos ficaram com o dinheiro de alguém. Então, decidi ir até o hospital. Ele estava lá por minha causa e me culpo por ter pensado coisas ruins sobre ele. Ao chegar lá vi Ryan e a mãe de Justin conversando. Ryan me viu e apenas apontou para o quarto de Justin.
    Eu entrei devagar e em silêncio. Ele estava em sua cama dormindo. Seu olho estava roxo, seu lábio ferido e seu nariz também machucado. Tive vontade de chorar, mas me controlei. Pus minha mão sobre a dele, que estava virada pra cima. Assim que meu dedo tocou a palma de sua mão, ele abriu os olhos devagar. Ele virou o rosto para me olhar e assim que me viu pareceu surpreso.
    Continua...