Criminal. Capítulo 20.

    - Não. Quando eu tinha 8 anos minha mãe chamou uma senhora e eu não tive coragem de beijá-la. – brinquei provocando-a.
    - Já chega. Saí daqui. – ela pediu me empurrando.
    - Não to afim. – disse próximo ao rosto dela, antes de dar beijinhos em seu rosto.
    - Qual parte da palavra “juízo” você não entendeu? – ela pediu tentando desviar de meus beijos.
    - A parte onde você vem junto com a palavra. – consegui pará-la e beijá-la.
    - É sério, Justin.
    - Você vai dormir aqui também?
    - Vou. Disse aos meus pais que tinha um namorado e que ele havia me salvado três vezes, só que dá última ele se machucou e precisava de cuidados.
    - Eles aceitaram?
    - Claro. Você me salvou várias vezes.
    - Então vamos dormir juntinhos? – perguntei a abraçando forte.
    - Não. – ela me empurrou e se levantou da cama – Juízo, Justin. Eu vou seguir o que sua mãe me pediu. Você dormi aqui e eu durmo no quarto de hóspedes que ela já me apresentou. Meu dever aqui é trocar seus curativos, te alimentar e etc. Claro que vamos namorar de vez enquando, pois somos namorados, mas não vamos ficar passando dos limites.

    (Penny narrando)
    Enquanto eu falava ele me olhava com aquele olhar malicioso.
    - O que foi, Justin? – perguntei impaciente sobre seu olhar.
    - Fica tão linda querendo seguir as regras. Mas sabe que não vai acontecer, né?! – ele disse se aproximando.
    - Para, Justin. Fica longe. – pedi irritada e me afastando – Vou até o quarto, se precisar de algo chama. – saí do quarto dele e fui até o quarto onde eu iria ficar.
    Me joguei na cama e enterrei meu rosto no travesseiro. Como esse garoto é incontrolável desse jeito?! E o pior de tudo é que eu sei que não vou conseguir controlá-lo. Ele bateu na porta.
    - Entra. – disse.
    - Gatinha. – ele entrou, se jogou na cama e me abraçou – Não fica chateada comigo. Eu não vou fazer nada que você não queira. – ele me deu beijinhos no rosto.
    - Eu não to chateada. Não consigo. – abracei ele devolta.
    - Minha gatinha. Posso pedir pelo menos uma coisa?
    - O que? – perguntei pousando minha cabeça no peito dele.
    - Vamos dormir juntos.
    - Justin. – protestei levantando minha cabeça.
    - Só dormir. Eu juro. A gente só vai ficar abraçadinhos e vai dormir. Só. Não vou aguentar ficar no meu quarto sabendo que você está no quarto ao lado. Deixa, gatinha, por favor.
    - Tá. – disse depois de um longo suspiro – Mas controle-se.
    - Pode deixar, babá. – ele disse me dando um selinho demorado.
    - Eu amo você. – deitei minha cabeça em seu peito.
    - Eu amo você também. – ele me abraçou mais forte.

    Mais tarde eu fiz o almoço enquanto ele ficou jogado no sofá assistindo TV. Eu fiz um almoço simples, mas que honestamente ficou muito bom. Justin e eu almoçamos e depois ficamos no sofá. Enquanto eu ficava sentada assistindo TV, ele ficava deitado no meu colo recebendo carinho. Justin estava diferente. Estava mais manhoso e mais quietinho. Até que percebi que ele havia dormido. Ele parecia um anjo caído em meu colo. Sua respiração estava fraca e tranquila.
    A campainha tocou. Devagar eu retirei Justin de meu colo e fui atender à porta.

    (Justin narrando)
    Eu acordei e percebi que Penny não estava ali.
    - Penny. – chamei-a – Babá. – me levantei e olhei ao redor.
    Mas a frente percebi que a porta estava aberta. Eu me levantei e fui até a porta e gelei. Um dos garotos do grupo segurava Penny em um de seus pulsos e parecia lhe fazer ameaças. Ela parecia nervosa e com medo.
    - HEY. – chamei a atenção do garoto – O que você tá fazendo com ela? – perguntei.
    - Ah...é com você mesmo que eu quero falar. – o garoto disse soltando Penny de uma maneira bruta, fazendo meu sangue esquentar.
    - O que você tava fazendo com ela? – perguntei nervoso.
    - Ela disse que você tava dormindo e não queria te acordar. Mas o papo é com você mesmo.
    - Então fala logo. – pedi.
    - O grupo não quer que nem você e seu amigo cheguem mais perto daquele local e...
    - Espera. É um combinado que você quer fazer? Então vamos fazer o seguinte: Ryan e eu não chegamos mais perto daquele local, não denunciamos nada, apenas esquecemos que esse grupo existe e em troca você não chegam perto da gente e muito menos dela. – apontei para Penny.
    Ele olhou para Penny e depois de um tempo olho pra mim e disse:
    - Feito.
    - É só ninguém chega perto de ninguém. – eu confirmei.
    - Isso.
    - Agora vaza daqui. – eu disse irritado.
    Ele me olhou com um olhar irônico e saiu dali. Eu fui até a Penny e a puxei para dentro de casa.
    - Você devia ter me chamado. – comecei a brigar com ela – Não era porque eu tava dormindo que você ia passar por uma situação dessas de novo.
    - Justin, ele só ia dar um recado.
    - Penny, esses caras...
    - São perigosos, são isso, são aquilo e eu sou fraca. Eu já sei. Não precisa ficar bravo comigo. Eu não sabia que ele era daquele grupo, eu não conheço nenhum deles. Pra mim era um garoto comum. Me desculpa, não precisa brigar comigo. – ela disse triste já parecendo esperar por uma discussão.
    - Me abraça. – pedi.
    Ela veio até mim e me abraçou. Depois de um tempo abraçado a ela eu, sem ao menos pensar, perguntei:
    - Um dia você vai ser minha?
    - Eu sou sua. – ele disse.
    - Não, mas...quero dizer...
    - O que? – ela pareceu em dúvida.
    - Um dia você se casa comigo?
    Continua...

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