Lucky. Capítulo 8.

    Ele se virou, me olhou, depois voltou a arrumar seu material.
    - Você faz o almoço. – ele disse, se levanto e foi em direção da porta.
    Fui logo atrás dele. Fomos pra casa em silêncio, mas acompanhando um ao outro. Ao chegarmos em casa ele jogou a mochila no chão e se jogo no sofá.
    - Ah, ah...pega essa mochila e coloca no lugar dela. – reclamei.
    - Tá no lugar dela. – ele olhou pra mochila.
    - Tá no chão errado. Leva pro seu quarto. – pedi com um tom um tanto autoritário.
    - E eu achando que me livrei da minha mãe. – ele se levantou, pegou a mochila e jogou em seu quarto sem ao menos entrar nele.
    - Concorda em conversa enquanto faço o almoço? – perguntei.
    Ele acenou a cabeça com um sim e me acompanhou até a cozinha. Enquanto eu fazia o almoço Justin me ajudava cortando coisas como tomate e cebola. Mas acabamos nem conversando, fizemos isso enquanto comiamos.
    Eu nos servi com a comida enquanto Justin fez isso com as bebidas. No meio da refeição, decidi começar logo:
    - Podemos conversar?
    - Eu te ajudei agora esperando você falar. Se não fosse por isso...
    - Estaria vendo TV. Te conheço, não precisa explica. – ele riu – Mas, enfim...o que tá acontecendo? Eu to...confusa. Já nos beijamos duas vezes, eu sonhei que beijei você...
    - Isso tá sendo estranho pra você porque eu sempre fui seu melhor amigo e nunca me imaginou de uma maneira diferente.

    (Justin narrando)
    - Como assim “Estranho pra você”? Não tá sendo pra você? – ela perguntou.
    - Claro que tá. – menti.
    - Eu...to disposta a esquecer tudo o que aconteceu pra não ferir nossa amizade.
    - Esquecer? – perguntei.
    - Sim.
    - Esquecer. – repeti.
    - Sim. Tem algum problema em esquecer? – ela perguntou e eu tinha medo de responder.
    - Desculpa, mas tem. – consegui responder.
    - Por que? – ela perguntou triste. Acho que estava perdendo as esperanças de voltar a ter uma amizade normal comigo.
    - Vamos...só deixar pra lá. Mas eu não vou esquecer. – esclareci.
    - Mas a situação pode ficar tensa e...
    - Katy, faz o seguinte: esquece. Mas eu não vou esquecer. – comi rápido o restante que havia em meu prato, bebi o resto do suco no copo e saí de lá.
    Me sentei no sofá e comecei a ver TV. Depois de um tempo senti mãos em meus ombros.
    - Não tá chateado comigo né?! – ela perguntou.
    - Não. – respondi pegando em uma de suas mãos.
    - Jus, eu só quero nossa amizade de volta. – ela disse ficando ao meu lado.
    - Nossa amizade de volta? – perguntei a puxando para se sentar ao meu lado – Mas ela nunca foi. – dei um beijo em sua bochecha.
    - Mas tá tão diferente agora.
    - Não tá não. – só que um de nós está apaixonado pelo outro – Só ocorreram alguns acidentes. Mas, continuamos amigos.
    - Melhores amigos. – ela segurou minha mão.
    Eu sorri pra ela e a abracei.
    - Eu te amo, kitty. – disse no abraço.
    - Eu também, Jus. – ela me abraçou mais forte.
    Ela se soltou do abraço, olhou pra TV e perguntou:
    - Tá vendo o que?
    - Nada ainda. – disse mudando os canais.
    - Coloca no programa de culinária.
    - Por que?
    - Eu não quero ser a única a cozinhar aqui.
    - Que folga. – disse pausadamente a encarando.
    Ela deu um tapa em minha cabeça e riu.

    Depois de assistir um pouco de TV comigo ela me chamou para estudar um pouco, mas recusei, não estava no clima. Eu estou mexido com Kathy. Parece que quando olho pra ela agora, eu não fico feliz pelo fato de ver minha melhor amiga, mas fico triste por ver que não posso tê-la. Desliguei a TV e fui ao meu quarto, ao entrar no banheiro reparei em minha expressão no espelho. Eu estava totalmente chateado.
    Tomar um banho deve melhorar. Eu tomei um banho, me troquei e resolvi estudar um pouco também. Me sentei em minha cama com meu livro apoiado nas minhas pernas e um lápis na mão. De vez enquando eu o usava para grifar algo ou desenhar algo no livro. Mas, por mais que eu estivesse lendo e tudo mais eu não parava de pensar na katy. Eu acho que essa paixão tá saindo dos limites.
    - Estudando ou encarando a parede? – ela perguntou entrando no meu quarto.
    - Um pouco dos dois. – sorri.
    - Você não é muito de estudar né?! – ela perguntou tirando os óculos que ela usava pra leitura.
    - To um pouco...cansado.
    - De que? – ela se deitou na minha cama.
    - Não sei, kitty. – passei minha mão na cabeça dela fazendo a sorrir.
    - Para de estudar um pouquinho. Relaxa. – ela deu a ideia.
    Coloquei meu livro e o lápis em cima do criado mudo e me deitei ao lado dela. A puxei e abracei-a. Inicialmente ela pareceu incomodada com a aproximação, mas depois aceitou. No nosso período de amigos nada mais, já fizemos isso. Eu fechei meus olhos e suspirei e logo senti os dedos dela passando pelos meus cabelos. Senti como se eu tivesse perto de desmaiar. Respirei fundo. Nossa, nunca reparei no quanto ela é cheirosa.
    - Jus, não morre não. Eu preciso de você. – ela riu.
    - Precisa de mim pra que? – perguntei ainda de olhos fechados.
    Continua...


P.s.: Flores, infelizmente hoje eu não vou poder responder aos comentários, mas prometo (prometo meeeeeesmo)  que amanhã eu respondo à todas!!! Mas eu li todos os comentários e agradeço aos elogios de todas vocês. Vocês são as leitoras mais lindas do mundoo :)