All I Want Is You. Capítulo 23.

    - Como é que é? – ele virou seu olhar pra mim – Canadense de meia tigela? Tá...tá me chamando de canadense de meia tigela?
    - É...to sim. – o desafiei.
    - Tem certeza? – ele me puxou fazendo eu cair em seu colo e dar um gritinho pelo susto.
    - Tenho sim. – continuei o provocando.
    - Eu inventei o bacon canadense.
    - Você não inventou nada. O cara do bacon inventou. O máximo que você fez pra contribuir com isso foi comer o bacon.
    - É mais...mais...eu inventei...inventei o...
    - Inventou o que hein?!
    - O amor incondicional. Que é o que sinto por você, mas você não dá valor. – ele me jogou no chão, mas com cuidado para que eu não me machucasse.
    - Quem disse que eu não dou valor? – perguntei do chão.
    - Dá pra saber. Agora fica quieta que o Bob Esponja me dá mais valor do que você. – ele disse com os olhos fixos na TV novamente.
     Eu me deitei no chão e comecei a assistir o Bob Esponja também. Depois de um curto espaço de tempo ouço um suspiro e sinto mãos em meu ombro. Justin me puxou para cima do sofá me deixando deitada sobre ele. Eu deitei minha cabeça em seu peito e ele começou a afagar meus cabelos. Para falar a verdade, Bob Esponja não chamava minha atenção, mas sim as batidas do coração de Justin. Nunca imaginei que escutaria isso um dia, nem que ficaria em paz ao escutar isso.
    Ficamos assim até o desenho acabar. Assim que o Bob Esponja deu adeus, senti Justin me dar um beijinho na cabeça. Virei minha cabeça para olhá-lo e fiz com que ele tirasse seus olhos da TV e me olhasse.
    - Acha mesmo que...não dou valor por ter você? – fiz ele sorrir.
    - Não, meu amor. Eu estava brincando só pra você deixar o Bob falar.
    - Você é cruel.
    - Não. Eu só tenho que aprender mais sobre você.
    - É...passamos poucos dias juntos.
    - E daqui há alguns é o ano novo. Só pra confirmar, vai passar comigo né?!
    - Vou sim. – sorri pra ele.
    - Sabe o que estou estranhando?
    - O que?
    - Até agora não disse “Tenho que ir embora”.
    - Hoje to com preguiça. Não se importa de eu ficar aqui né?!
    - De modo algum.
    - Obrigada. – voltei a deitar minha cabeça em seu peito.

    - Aí, ela perguntou “Fez o dever?” e eu “Fiz sim” e ela “Me empresta aí” e eu “Eu nem te conheço” aí ela se apresentou e pediu o dever de novo aí eu disse “Não to afim de te emprestar” aí ela “E quando você fica afim de emprestar o dever pra alguém?” e eu “Tá aí, nunca vou te emprestar o dever”. Aí a gente fico amiga e eu passei a emprestar o dever pra ela. Mas em troca ela sempre me ajuda com moda e tudo mais. – terminei de contar como Jennifer e eu viramos amigas.
    - Interessante. – Justin disse olhando pra comida e mexendo nela.
    - Primeiro: sei que não foi interessante. Segundo: não tá comendo e tá entediado? Terceiro: O que tá acontecendo? Você tá bem? – perguntei.
    - Você fala demais. – ele disse da mesma maneira que classificou minha história como interessante.
    - Desculpa. – disse e continuei a comer – Vou embora daqui a pouco.
    - Por que? – ele levantou o olhar pra mim e perguntou com interesse.
    - Porque eu falo demais. – disse o encarando e ainda comendo.
    - Não é isso, é que...foi uma história grande. Eu ouvi desde meados de 1900 e bolinha até hoje e...
    - Eu contei a história sobre quando falei com ela pela primeira vez. Foi um diálogo curto.
    - Desculpa. Eu to meio...
    - Meio...
    - Cansado.
    - De que? – perguntei com medo de eu ser o motivo.
    - Sei lá. Sabe quando você...tem uma rotina, só que aí você saí dela completamente? Eu não ando trabalhando e...nunca mais vi um paparazzi por aí. Devem tá achando que eu sumi do mapa.
    - Tá...entediado?
    - Não vou negar que você virou meu hobby durante essas férias.
    - Seu...hobby?
    - Por que acha que nos encontramos todos os dias? Além de não ter nada pra fazer, eu gosto de estar junto com você. Passo meus dias ou pensando em você ou arrumando luzes de natal no local do nosso próximo encontro.
    - Você precisa de um hobby.
    - Meu trabalho é meu hobby.
    - Depois de amanhã é ano novo. Fica tranquilo que nesse dia você vai voltar pro seu hobby.
    - Ah, o ano novo. – ele sorriu.
    - Parece que gosta dele.
    - Gosto. – ele disse.
    - Por que? – perguntei curiosa.
    - Sei lá...a virada de um ano pro outro.
    - A virada ou o beijo? – perguntei rindo, mas prestando atenção de que ele nem riu ou negou – Você é muito safado. Eu fico impressionada.
    - Eu que devia ficar impressionado com sua desconfiança em mim. Eu sou o garoto mais santo desse mundo.
    - Justin, você é tudo, mas risca santo da lista.
    - Que isso, meu amorzinho?! Não to gostando disso não.
    - E desde quando você tem que gostar de alguma coisa? – o desafiei.
    Continua...